Sobre o autor

Sobre o autor

      Próximo aos 10 anos de idade meu interesse pela arte como forma de expressão começou a ganhar forma, comecei a conhecer ídolos e criar referencias. Notei, na escola, o gosto pelas aulas de Português, em especial no que dizia respeito a redação e fiquei com vontade de aprender música. Com isso resolvi começar a aprender algum instrumento musical e, como a maioria das pessoas da minha idade na época, escolhi o violão. Em pouco tempo de estudo, percebi que aquela não foi a melhor das escolhas, não apreciei muito o violão, mas, felizmente, minha escolha não foi em vão pois, ao iniciar as aulas, levei comigo para o "mundo da música" dois de meus primos e meu irmão. Ainda com dez anos, resolvi começar a aprender a tocar teclado.
       No início, era meio desleixado quanto ao treinamento. Tocava apenas nos fins de semana; isso não era muito bom para minha evolução como músico. 
     Quatro dias antes de completar  doze anos de idade, aconteceu o inesperado, algo que mudaria minha vida do avesso: um acidente de carro ao voltar da escola. Estávamos eu, meu irmão e meu pai no carro, porém só meu pai e a moça do carro que bateu no nosso saíram ilesos. Eu e meu irmão acabamos no hospital em coma. Foram dois longos meses, até que voltei do coma, mas já não era o mesmo: não conseguia andar ou mexer os braços e falava com dificuldade. Tive que me mudar para a casa da minha avó em outra cidade pois onde eu morava não havia como abrigar as camas de hospital e todo o equipamento oferecido pelo home care. Tudo o que mais queria era me recuperar e retomar minha vida normal principalmente as aulas de teclado.Quando finalmente pude fazê-lo, o fiz de forma diferente da que estava habituado a fazer antes do acidente. Meu irmão voltou do coma um mês depois que eu. 
      Voltei com os mesmos sonhos mas com certezas e intenções amadurecidas, passei a ler, escutar, ouvir e avaliar formas de expressão que antes não queria nem saber de chegar perto pelo simples fato de que "diziam  não ser bom". Onze anos depois do acidente, após concluir o ensino superior, escolhi o blog como forma de expressar publicamente parte de meus pensamentos, os quais não buscam foco em mim, podendo portanto ser interpretado de quaisquer formas por qualquer pessoa. Não tive uma adolescência como a de muitos garotos pois por longos anos foram dedicados a reabilitação e foram muito solitários. Talvez por isso, a arte tenha sido tão significativa na minha vida, pois ela preenchia um espaço que deveria ter sido ocupado por uma adolescência normal. Hoje, ela é a forma como expresso minha essência, pois agora poucos tem condições de me entender. 
Danço, desenho, escrevo, componho músicas. Esta é minha relação com o mundo: minha essência sendo trazida ao mundo através da arte. No blog não preciso me explicar, nem fingir ser alguém que não sou, pois sei que se você chegou até aqui e me encontrou, de alguma forma nos entendemos.
Obrigado pela sua amizade!
      

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